GP PRINCESA DO SUL DE TURFE ACONTECE NESTE FIM DE SEMANA EM PELOTAS

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Entre sábado (17) e domingo (18), o Jockey Club de Pelotas será palco do 87º Grande Prêmio Princesa do Sul Havan. Foto: Volmer Perez

ÁLVARO GUIMARÃES – Em colaboração JORNAL TRADIÇÃO

Neste fim de semana, Pelotas se torna o palco principal do turfe nacional. A realização do 87º Grande Prêmio Princesa do Sul Havan atrai a atenção de criadores, proprietários, treinadores, profissionais, apostadores e fãs das corridas de cavalo de todos os cantos do país. Afinal, trata-se da prova mais importante do interior do Brasil e que, neste ano, pagará um prêmio de R$ 25 mil ao vencedor. O festival, com 10 páreos, está marcado para sábado (17), a partir das 14h, e domingo (18), a partir das 10h, com entrada gratuita no Jockey Club de Pelotas.

“O Princesa é o evento mais importante do nosso calendário e, por sua tradição, qualidade dos animais inscritos e premiações, consolidou-se como a prova mais relevante realizada fora dos grandes hipódromos brasileiros, como Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio. Não é à toa que, anualmente, cavalos de todo o país são inscritos para a prova. E, neste ano, teremos a participação do melhor jóquei do mundo, o Jorge Ricardo”, afirmou o presidente do Jockey Club de Pelotas, Jair Barbosa dos Santos.

Mais do que uma única corrida, o GP Princesa do Sul é um festival que, em 2025, terá páreos disputados em distâncias que vão de 1 mil a 2,1 mil metros. O evento movimenta uma cadeia produtiva que, somente em Pelotas, gera mais de 200 empregos diretos e aproximadamente o dobro de postos de trabalho indiretos, além de impactar a economia local com reflexos nos setores de comércio, serviços, hospedagem e alimentação.

Criada em 1936, a prova deixou de ser disputada apenas em três ocasiões: em 1968, por causa da febre equina, que causou a proibição do trânsito de cavalos pelo país; em 2010, quando o Jockey Club esteve fechado por falta de licenciamento do Ministério da Agricultura; e em 2020, devido às obras de revitalização do hipódromo da Tablada e à pandemia de Covid-19.

A tradição do Jockey Club de Pelotas na década de 1940. Foto: reprodução/Acervo Jockey Club

O primeiro ganhador foi Cabileño, um cavalo uruguaio pertencente a Manoel dos Santos Fonseca, que, conduzido pelo jóquei Lily Vieira, completou os 2.450 metros do clássico com o tempo de 2min34seg. Até os anos 1960, a prova foi dominada por animais do Prata, sendo ora vencida por cavalos uruguaios, ora por argentinos. Somente no final da década os animais nacionais começaram a ganhar protagonismo.

Ao longo dos anos, o título do GP Princesa do Sul ganhou relevância nacional, e vencê-lo tornou-se um sonho para criadores, proprietários, treinadores e jóqueis, que passaram a persegui-lo. Tornou-se comum que proprietários comprem animais exclusivamente para disputar a prova ou invistam um ou dois anos na preparação de um cavalo para isso.

“Antes da corrida, quando levam os animais para o passeio — que é a apresentação para o público —, já bate uma emoção, o coração acelera. Na hora da corrida, nem se fala. Até hoje fico emocionado quando lembro ou assisto às imagens daqueles dias”, contou Rafael Trindade, proprietário de Let Me Free, único cavalo a vencer duas vezes a prova em toda sua história.

O feito aconteceu em 2017 e 2018, quando Let Me Free — descartado do plantel do hipódromo da Gávea (RJ) e trazido para Pelotas para encerrar a carreira — tinha 10 anos e superou adversários com menos da metade de sua idade. A história em torno do inédito bicampeonato virou o documentário Let Me Free – Coração de Campeão, disponível no YouTube.

O melhor jóquei do mundo em Pelotas
A 87ª edição do GP Princesa do Sul tem como grande atração a participação do carioca Jorge Ricardo, de 63 anos, jóquei recordista mundial de vitórias, com 13.346 triunfos em 48 anos de carreira. A marca lhe rendeu entrar para o Guinness Book e o status de ídolo mundial do turfe.

 No superclássico, Jorge Ricardo – que esteve no Treze Horas durante a semana – montará a égua Punta Arenas, de Renato Bender Castro. Foto: Equipe Treze Horas

“O GP Princesa do Sul é uma prova tradicional que todo turfista brasileiro conhece e reconhece sua importância. Eu sou um cara que vive o turfe e gosto sempre de estar presente nesses eventos, e para mim é muito agradável estar em Pelotas para participar dessa grande festa”, disse, ao desembarcar na cidade na quarta-feira (14).

No superclássico, Jorge Ricardo montará a égua Punta Arenas, de Renato Bender Castro. Com vitórias em provas clássicas no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, ela chega como uma das forças do páreo, marcado para as 15h45 deste domingo.

Um fim de semana para escrever a história do turfe gaúcho
A programação do festival do 87º GP Princesa do Sul terá quatro corridas disputadas na tarde de sábado e outras seis ao longo do domingo. No sábado, a principal prova é o GP Jockey Club do Rio Grande do Sul (Milha), disputada em 1,6 mil metros, para a qual estão inscritos oito animais.

O festival, com 10 páreos, está marcado para sábado (17), a partir das 14h, e domingo (18), a partir das 10h, com entrada gratuita no Jockey Club de Pelotas. Foto: Volmer Perez

 

As corridas principais do domingo são o GP Prefeito de Pelotas/Esporte da Sorte (Velocidade), disputado em 1,2 mil metros; o GP Turfe Pelotense/Haras Nijú, com a participação apenas de potros inéditos de três anos de idade; e, claro, o 87º GP Princesa do Sul.

A prova principal reunirá os seguintes animais: (1) Ertugrul Bei, do Stud Sion; (2) Tallarico, de Clodoaldo Lima; (3) Quebranto, do Stud Sion; (4) Dito e Feito, de Fabiano Marimon; (5) Atrevido da Lagoa, de Paulo Laurino; (6) Punta Arenas, de Renato Bender Castro; (8) Fera do Manno, do Stud Lobão de Pelotas; (9) Callejero, do Stud Kategoria; e (10) Rocky Fon, do Stud Casablanca.

Dois studs correm atrás de um bicampeonato inédito: o Stud Kategoria, do riograndino Léo Madruga, campeão no ano passado com Olimac, montado por Josiane Marques; e o Stud Lobão de Pelotas, dos irmãos Giovane e Rogério Gonçalves, que venceram em 2022 com Divino Coronilha, montado por Bernardo Pinheiro.

Olimac, do Stud Kategoria com Josiane Marques venceu em 2024. Foto: Volmer Perez

Entre os treinadores, quem tenta fazer história é João Ribeiro, que busca um histórico tetracampeonato. Ele venceu duas vezes com Let Me Free (2017 e 2018) e, no ano passado, com Olimac. Este ano tentará o feito com Atrevido da Lagoa, um potro apontado como uma sensação de sua geração.

Entre os jóqueis, o nortense radicado em Porto Alegre, Claudinei Farias, vai para a raia em busca do tetra que o colocará como o jóquei que mais vezes venceu a prova. Atualmente, divide o posto com Miguel Barreto, que se aposentou das pistas no ano passado.
Seja quem for o vencedor, uma coisa é certa: um novo capítulo da história do turfe gaúcho está prestes a ser escrito na pista do Jockey Club de Pelotas neste domingo. E quem for até lá vai assistir a isso ao vivo.