CÂNDIDO NORBERTO DOS SANTOS

Cândido: aprendi a fazer rádio ao teu lado. E todos os ensinamentos recebidos ainda estão muito vivos lá naquela sala do 13 Horas, nessa minha “teimosia” que alcançará 46 anos de vida agora em novembro de 2024. E nesse aprendizado todo que passou por Pelotas, Porto Alegre, Buenos Aires, Roma, Guadalajara e Cidade do México, há outros inesquecíveis “professores” que se somaram à minha história de vida, homens do porte de Deogar Soares, Luís Fernando Lessa Freitas, Mozart Víctor Russomano, Delfim Mendes Silveira, Alberto Rufino Rosa Rodrigues de Souza, Aldyr Garcia Schlee, Carlos Alberto Gomes Chiarelli, Silvino Joaquim Lopes Neto, Flávio Alcaraz Gomes, Sérgio Augusto de Oliveira Siqueira, J L Mendonça, Carlos Eduardo Behrensdorf, Armindo Antônio Ranzolin, Clayr Lobo Rochefort, José Bacchieri Duarte, Paulo Brossard de Souza Pinto e Ruy Carlos Ostermann.

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Por todas essas razões, caro leitor, confesso que sou um grande devedor! E que me beneficio da minha própria memória para manter todos esses vultos da minha caminhada sempre “iluminados” no mais alto do topo da gratidão pessoal.

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Gurizinho: – Se o medo é o mais terrível dos sentimentos humanos, foge dele, sempre! E te recomendo:- a prestação de serviços diante de um microfone exige franqueza na palavra e disponibilidade permanente durante o cumprimento da missão. E jamais esqueças: – A soberba, a arrogância, a prepotência, o gesto teatral e o descaso com terceiros são miseráveis e inaceitáveis sinais de “pobreza de espírito” além de profundo desrespeito à alma humana. ( Foge da duplicidade, do comportamento teatral, do exibicionismo alheio, mas captando, e sempre, aquela lição de Churchill sobre a “intuição”, na medida em que esta corresponde à verdade suprema).

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Cumpre com o teu dever, e humildemente, – no teu dia a dia – para que não venhas a sentir – amanhã ou depois – uma dolorosa vergonha de ti mesmo. Afinal, tu não és e nunca serás o “centro do mundo”, mas sim um “humilde servidor” da boa causa, tantas são as dores e as dificuldades enfrentadas pelos teus semelhantes.

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Lembra-te sempre do outro – daquele que sempre esteve ao teu lado, e que jamais deixou de te oferecer sinais espontâneos de admiração, estímulo e lealdade, mesmo em teus tempos de anonimato.

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“Gurizinho”, observa agora aquele caixão de madeira bruta que transporta o corpo do papa Paulo VI aqui na Praça de São Pedro e guarda contigo um pedido meu! – Clayton, quando isso acontecer comigo, te peço:- Diz aos presentes – lá na minha despedida – que o Cândido deixou um recado a todos eles, ou seja, o de que ELE VAI, MAS VAI SOB PROTESTO!

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E ao discursares em meu nome, eu te autorizo a recuperares conversas nossas com o professor Darcy Ribeiro, pelo que expressaram em verdades e em pureza de sentimentos:- “Termino esta minha vida exausto de viver, mas querendo mais vida, mais amor, mais saber, mais travessuras. A você que fica aí, inútil, vivendo vida insossa, só digo: Coragem! Mais vale errar, se arrebentando, do que poupar-se para nada. O único clamor da vida é por mais vida bem vivida. Essa é, aqui e agora, a nossa parte. Depois, seremos matéria cósmica, sem memória de virtudes ou de gozos. Apagados, minerais. Para sempre mortos”.

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