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Ivon Carrico*
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Ontem, talvez tenhamos assistido ao mais triste e deprimente acontecimento da diplomacia mundial, tendo por cenário o Salão Oval da Casa Branca, em Washington, quando da reunião entre o Trump e o Zelensky, da Ucrânia.
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Sabíamos – de antemão – que essa reunião se daria em um ambiente, digamos, nada amistoso, visto as recentes e duras críticas do Presidente Americano ao seu colega Ucraniano, por conta do envolvimento deste no conflito armado com a Rússia.
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Mas, ninguém imaginava o que estaria por vir – a humilhação pública impingida pelo Trump e seu Vice, JD Vance, ao Presidente Ucraniano que ensejou – inclusive – o ‘convite’ para que este se retirasse da Casa Branca.
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Acostumado ao ‘showbiz’ da indústria de entretenimento americana, Trump preparou esse encontro como se estivesse no seu famoso ‘reality show’ – ‘The Apprentice’, que foi ao ar no início dos anos 2000. Assim, surpreendentemente, a reunião foi aberta, na presença de jornalistas.
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Nesse 2° Mandato, Trump tem se destacado por insistir na subversão da ordem mundial estabelecida, no pós guerra fria, em face do esfacelamento da então União Soviética e da ascensão da China, como novo ‘player’ nas relações internacionais.
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Todavia, para ‘marcar território’, como fazem os cachorros, Donald Trump usa da truculência e da arrogância, sempre apontando a extraordinária grandeza econômica e militar americana para intimidar seus fragilizados oponentes. Independente de ser um país amigo ou inimigo.
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Os últimos acontecimentos, envolvendo a parceria Trump/Putin no enfrentamento do conflito ucraniano, lembram o famoso Acordo estabelecido entre Hitler e o Stalin que redundou na invasão da Polônia, em 1939 e, no início da 2a Guerra Mundial. Como sempre, o diálogo da faca com o pescoço.
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*Ivon Carrico é pelotense, mora em Brasília, atuando na administração há quase 50 anos. Atuou na ANVISA e na Presidência da República. Brasília – 28/02/2025