ARTIGO – A BATALHA PELA TERMELÉTRICA EM RIO GRANDE

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Luiz Henrique Viana é Advogado e Deputado Estadual pelo PSDB.

A batalha pela termelétrica em Rio Grande

Luiz Henrique Viana*

É inadmissível que Rio Grande e a Zona Sul possam perder investimento de R$ 6 bilhões do Grupo Cobra na termelétrica e no terminal de regaseificação. Não me conformo com isso. Iremos novamente à Aneel, eu e o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos. E iremos para lá, mais uma vez, falar o óbvio. Porque o óbvio precisa ser dito e repetido: é crime condenar uma região inteira ao atraso.

Tenho acompanhado de perto este tema. Na minha gestão como secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, depois de inúmeras reuniões e de muito diálogo, concedemos as licenças ambientais para o Grupo Cobra, que apresentou todos os estudos solicitados à Fepam e as garantias necessárias. Equilibramos proteção ambiental e estímulo ao desenvolvimento. Participei ativamente desses debates. E não admito que possamos perder um investimento desse porte na Zona Sul.

A previsão é de que quatro mil empregos sejam gerados apenas nas obras da termelétrica e do terminal. Tão importante quanto os empregos é a capacidade energética do Rio Grande do Sul, que será enormemente ampliada e nos colocará próximos da autossuficiência. Isso, aliás, é importante para todo o Brasil. Podemos aqui, em nosso quintal, contribuir para dar mais segurança energética a todo o país. E vamos deixar isso escapar? Por quê? É preciso que o bom senso e a sensibilidade prevaleçam.

Como secretário, visitei o Porto de Sagunto, em Valência, na Espanha. Lá existe um terminal de regaseificação e uma termelétrica construídas pelo Grupo Cobra. Tudo funcionando perfeitamente. Obra semelhante à que será – ainda defendo que será – feita em Rio Grande. O Grupo Cobra tem experiência neste ramo. É procurado para trabalhos como este no mundo inteiro.

A quem e a quais interesses essa obra contraria? Já estive com o Sandoval Feitosa, diretor da Aneel. Em 2021, ele disse a mim e ao então governador Eduardo Leite que, caso houvesse fato novo no processo, o assunto seria retomado pela agência. E houve fato novo: a concessão das licenças ambientais. Sabe-se que o tema é complexo. Mas é preciso, como disse, bom senso e sensibilidade. Estamos falando do maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul. Estamos falando de R$ 6 bilhões. Estamos falando de milhares de empregos. E estamos falando, ainda, de um bem imaterial: a retomada da autoestima dos moradores da Zona Sul, tão abalada principalmente depois da frustração com o Polo Naval.

A luta pela duplicação da BR-116 tornou-se um excelente exemplo de como podemos, unidos, pressionar por mais desenvolvimento e por obras de infraestrutura indispensáveis à nossa região. Movimento semelhante deve ocorrer agora para garantir a construção da termelétrica e do terminal de regaseificação em Rio Grande. Pouco devem interessar – ainda que estejamos em ano eleitoral – as cores partidárias. O momento é de fazermos da Zona Sul, na prática, a nossa bandeira.  O momento é de redobrarmos o trabalho em conjunto.

Sem a devida pressão, sempre dentro dos limites legais, estaremos fadados a ver desaparecer um projeto gigantesco, com capacidade de estimular fortemente a economia da região. Um projeto importantíssimo para a nossa autonomia energética. Um projeto que coloca o Rio Grande do Sul, mais especificamente a nossa Zona Sul, na vitrine dos locais mais atrativos para investimentos. Um projeto que se desdobrará em inúmeros outros.

De minha parte, não haverá descanso até que esta obra fundamental vença todos os entraves burocráticos e comece realmente a sair do papel.

*Deputado Estadual pelo PSDB