A BARBÁRIE COMO POLÍTICA DE ESTADO
Ivon Carrico*
São estarrecedoras as imagens trazidas ao conhecimento público onde aparece um homem, desarmado, rendido, sendo lançado por um PM do alto de uma ponte, em São Paulo.
Por sua vez, ainda em São Paulo, na semana passada, um homem foi abordado e morto em uma Estação de Metrô por Agentes de Segurança da Via Mobilidade, diante da Guarda Civil Metropolitana e da PM, por tentar passar, inadvertidamente, por uma catraca.
E, também, um homem foi morto na Capital paulista por um PM com 11 tiros, pelas costas, quando do furto de 04 pacotes de sabão em um Supermercado.
São mais estarrecedores, entretanto, o silêncio e o descaso das Autoridades paulistas diante dessas ocorrências.
Segundo o Ouvidor-Geral da Polícia Militar de São Paulo aumentou o número de mortos pela ação policial. Contudo, para o Comandante-Geral, desta Corporação, esse acréscimo foi decorrente da maior efetividade do policiamento ostensivo.
Não é de hoje a truculência da Polícia Militar de São Paulo, sob o comando do Coronel Cassio Araujo de Freitas e do Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, É preciso acabar com esse ódio instilado por quem deveria – exatamente – zelar pelo seu comedimento.
Essa inversão de valores tem ocorrido com frequência em todo o País. Ainda na semana passada assistimos em uma escola pública cívico-militar, na cidade de Paranã, no Tocantins, durante uma cerimônia, jovens alunos desfilando e, pasmem, entoando uma canção que fazia apologia do uso da violência.
Diante da inação dos Poderes constituídos a violência se normaliza e, junto com ela, a banalização da vida. O Ministro da Justiça não disse, até agora, a que veio. Já o Congresso e o STF, por sua vez, estão mais preocupados com questões corporativas internas. Enquanto isso a Nação fica à deriva. (Ivon Carrico)